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Amor Não Seleciona


Era um casal sem filhos. Os anos se somavam e, por mais tentassem, a gravidez nunca se consumava. Aderiram a sugestões e buscaram exames mais sofisticados que lhes apontaram, enfim, a total impossibilidade de um dia se tornarem pais dos próprios filhos.

Optaram pela adoção e se inscreveram em um programa do município, ficando à espera.

Certo dia, a notícia chegou inesperada pelo telefone. "temos uma criança. Vocês são os próximos da lista. Venham vê-la." Rapidamente se deslocaram para o local. Pelo caminho se perguntavam:

"como será o bebê? Louro? Cabelos castanhos? Miúdo? Olhos negros?

Menino ou menina?"

Tal fora a alegria na recepção da notícia, que se haviam esquecido de indagar de detalhes.

Vencida a distância, foram recepcionados pela assistente social que os levou ao berçário e apontou um dos bercinhos.

O que eles puderam ver era uma coisinha miúda embrulhada em um cobertor.

Mas a servidora pública esclareceu: "trata-se de um menino. É importante que vocês o desembrulhem e olhem. Não sei o que acontece pois vários casais o vieram ver e não o levaram.

Se vocês não o quiserem, chamaremos o casal seguinte da lista."Marido e mulher se olharam, ele segurou a mão dela e falou: "querida, talvez a criança seja deficiente ou enfermo. Pense, se fosse nosso filho, se o tivéssemos aguardado nove meses, se ele tivesse sido gerado em seu ventre, alimentado por nossas energias, o amaríamos, não importando como fosse. Por isso, se Deus nos colocou em seu caminho, ele é para nós e o levaremos, certo?"

A emoção tomou conta da jovem. Estreitaram-se num amplexo demorado. É nosso filho, desde já." Foi a resposta.

A enfermeira lhes trouxe o pequeno embrulho. Era um menino de cor negra. A desnutrição esculpira naquele corpo frágil uma obra esquelética, com as miúdas costelas à mostra.

Levaram-no para casa. A primeira mamada foi emocionante. O garotinho sugou com sofreguidão. Pobre ser! Quanta fome passara. Talvez fosse a primeira vez que bebesse leite.

No transcorrer das semanas, o casal descobriu que o pequeno era um poço de enfermidades complicadas. Meses depois, foi a descoberta de uma deficiência mental.

Na medida em que mais problemas surgiam, mais o amavam.

Já se passaram cinco anos. O garoto, ao influxo do amor, venceu a desnutrição e as enfermidades.

Carrega a deficiência, mas aprendeu a falar, embora com dificuldade, e todas as noites quando se recolhe ao leito, enquanto os pais o ensinam a orar ao Senhor Jesus, em gratidão pelo dia vencido, ele abraça, espontâneo a um e outro e diz: "mamãe, papai, amo vocês."

Haverá na Terra recompensa maior do que a que se expressa na espontaneidade de um espírito reconhecido na inocência da infância?


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